quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Robínias.


Aquando da chamada "requalificação", em 2009, foram abatidas todas as belíssimas Robínias existentes no interior do jardim:

 Como se oberva nestas imagens, o facto de as Robíneas apresentarem aspectos "decrépitos", com troncos rugosos, isso nada tem a ver com a sua resistência mecânica.

tendo sido salvas, in extremis, graças à intervenção de um grupo de cidadãos, quatro delas situadas, uma no canto SW do alinhamento do jardim, e três nas placas, então ajardinadas, da orla Oeste da praça.
Pretende agora a CML e a Junta de Freguesia da Misericórdia, sob o pretexto de que estão "decrépitas, com podas em regressão e cavidades em algumas ramificações" abater duas dessas quatro restantes Robínias:

Estarem ou não decrépitas não pode ser uma adjectivação baseada num mero olhar cujo valor dependerá da apreciação estética que o sujeito faz do que observa. Para nós o facto de as Robínias em questão apresentarem um aspecto rugoso não as torna menos belas nem tampouco decrépitas.
As Robínias são árvores cuja beleza na época da florescência é admirável.
O facto de a copa se apresentar pouco densa e apresentarem cavidades em algumas ramificações, deve-se, antes de mais, a podas mal feitas e sem critério, que tem sido realizadas ao longo dos anos.
Acrditamos que estas duas Robínias merecem ser diagnosticadas por uma entidade credenciada para o efeito como o Laboratório de Patologia Vegetal “Veríssimo de Almeida”. Só depois de uma análise bem fundamentada sobre o estado fitossanitário destas duas árvores se deveria tomar uma decisão sobre o seu eventual abate e nunca antes.
Na troca de correspondência que efectuamos com a JFM, antes de publicarmos esta nota, foi-nos referido que "Em termos mecânicos, as árvores desta mesma geração existentes neste alinhamento têm sofrido perda espontânea de pernadas, sendo que recentemente dois exemplares colapsaram na via pública, felizmente sem causar maiores danos a pessoas e bens." 
Tal afirmação não corresponde à verdade pois a árvore, neste alinhamento, que caiu recentemente não é uma Robínia:
 A Ailanto que foi derrubada pela tempestade "Ana".
 mas sim uma Ailanthus altissima, vulgo Árvore-do-céu, Ailanto ou Espanta-lobos. E não estamos a ver qual seja o 2º exemplar referido. Aliás as Robínias são árvores extremamente resistentes, a sua madeira é muitíssimo apreciada, não havendo memória de queda por ruptura mecânica de nenhuma delas.
Assim sendo solicitamos à JFM que, de acordo com o citado despacho 60/P/2012, requeira os serviços de uma entidade credenciada, como a acima referida, para verificação do estado das duas Robínias que pretende abater antes de se precipitar numa decisão irreparável.
Fotos de Inverno das duas Robínias que a JFM pretende abater
Por último: os antigos que idealizarem este jardim, enriqueceram-no com uma grande diversidade de espécies. Era bom que se mantivesse esse acquis e não se transformasse este jardim numa monocultura de Celtis Australis, vulgo Lódãos.

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