Este belo Plátano, que é um rebento do Plátano de Hipócrates - à sombra do qual o pai da Medicina dava consultas na ilha de Cós - foi oferecido a Lisboa por Paulo, Rei da Grécia, é das 7 árvores classificadas do Jardim
aquela que mais perto vai ficar do parque automóvel subterrâneo, caso a construção deste venha a obter autorização de quem nunca a deverá dar
Este Plátano, classificado, verá as suas raízes cortadas pelas paredes do parque que se situarão a menos de dois metros do seu tronco.
Que saibamos o ICNF, cujos pareceres são necessários e vinculativos para qualquer obra ou alteração que se realize dentro da zona de protecção de uma árvore classificada, não tem ainda conhecimento oficial do projecto do parque subterrâneo.
Será que, como aconteceu durante a intervenção de 2009, a AFN - anterior designação do actual ICNF - que de nada tinha sido informada pela CML, voltará agora a ser a última Autoridade a saber do projecto do parque?
À Atenção do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
domingo, 27 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Não estou nada bem.
Há décadas que aqui moro, sempre gozei de óptima saúde, mas desde que em 2009 andaram com máquinas pesadas
em cima das minhas raízes não me tenho sentido nada bem. Há meses atrás a minha linda copa secou
mas continuo a sentir-me mal, muito mal. Agora estou a sentir a minha roupagem ao longo do tronco também a secar:
Será que o ICNF me pode acudir? Já que a CML só me enxe de pó e me compactou a porta de entrada para as minhas raízes:
Entre outras medidas para tentar salvar a Araucaria é urgente: tornar a terra permeável (se é que é terra o que lá se encontra) cavando a toda à volta da base e re-colocar o gradeamento de protecção imbecilmente retirado em 2009.
e tiveram de ma cortar
Será que o ICNF me pode acudir? Já que a CML só me enxe de pó e me compactou a porta de entrada para as minhas raízes:
Entre outras medidas para tentar salvar a Araucaria é urgente: tornar a terra permeável (se é que é terra o que lá se encontra) cavando a toda à volta da base e re-colocar o gradeamento de protecção imbecilmente retirado em 2009.
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Araucaria columnaris.
sábado, 19 de julho de 2014
Ecos na Radio e Imprensa da Conferência de Imprensa.
José Calisto na abertura da Conferência de Imprensa
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=155987
http://www.publico.pt/local/noticia/parque-de-estacionamento-no-principe-real-sera-um-elefante-numa-loja-de-porcelana-1663358
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4033157&page=-1
A SIC esteve presente com uma equipa de reportagem mas não consegui encontrar a peça que nos disseram que iam pôr no ar ainda no dia 17.
Informação enviada pela SIC dia 21:
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2014-07-21-moradores-do-principe-real-contra-construcao-de-parque-subterraneo
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conferência de Imprensa,
Parque subterrâneo
Notícia no Público
Parque de estacionamento no Príncipe Real será “um elefante numa loja de porcelanas”
Cinco grupos de cidadãos uniram-se contra a construção de mais um parque subterrâneo no centro de Lisboa e prometem não baixar os braços.
A Plataforma contra o Parque Automóvel, que junta cinco grupos de cidadãos de Lisboa, manifestou-se nesta quinta-feira contra a construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Príncipe Real, pedindo à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) que reprove o projecto. Caso contrário, avisam, será como enfiar “um elefante numa loja de porcelana”, com consequências “fatais” para aquela zona.
“A DGPC tem todos os instrumentos legais para dizer não a este parque, e se não o fizer vai ceder ao interesse privado em detrimento do interesse público”, afirmou Jorge Pinto, do Grupo dos Amigos do Príncipe Real, numa conferência de imprensa realizada à sombra dos enormes “braços” do cedro-do-Buçaco, um dos ex-libris do centenário jardim.
Em causa está a construção de um parque subterrâneo com formato em “U” a contornar a estrutura do jardim, com 300 lugares distribuídos por quatro pisos – mais um do que o previsto na versão inicial do projecto apresentado em 2001, ainda durante a presidência de João Soares na Câmara de Lisboa. Na altura, o projecto foi chumbado pelo ex-Instituto Português do Património Arquitectónico (actual DGPC) e esbarrou no protesto de moradores e ambientalistas. Mais tarde, em 2006, o instituto acabou por emitir um parecer favorável condicionado, mas a obra nunca avançou.
O presidente da câmara, António Costa, disse em Junho que é "negativo" construir ali um parque subterrâneo mas acrescentou que ele poderá ser “uma mais-valia” caso resolva o problema do estacionamento de residentes e não ponha em risco o jardim. Esta resposta “vaga” não satisfez os membros da plataforma – a qual reúne, além dos Amigos do Príncipe Real, o Fórum Cidadania Lx, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico, a Associação Lisboa Verde e a Associação Árvores de Portugal – que prometem não baixar os braços.
Ambientalistas, urbanistas e arquitectos antecipam "impactos desastrosos" na estrutura dos edifícios da zona. Receiam, sobretudo, que a obra ponha em causa o Reservatório da Patriarcal, um núcleo do Aqueduto das Águas Livres (classificado como Monumento Nacional) que existe no subsolo do jardim. “Há muitos anos desejamos que seja apresentada a candidatura do Aqueduto a Património da Humanidade da UNESCO, se o parque avançar será mais um obstáculo”, afirmou Margarida Ruas, ex-directora do Museu da Água.
A discreta porta de entrada no Reservatório fica no centro do jardim e dá acesso a uma cisterna octogonal subterrânea, com capacidade para 880 metros cúbicos, sustentada por dezenas de pilares em pedra com cerca de dez metros de altura, com arcos de cantaria no topo. Dali partem as galerias que, no século XIX, levavam água até aos chafarizes da Baixa e do Bairro Alto. O Reservatório foi desactivado na década de 1940 e actualmente pode ser visitado em alguns dias da semana.
Os cidadãos consideram que a construção do parque “a um metro" das galerias terá “efeitos irreversíveis e imprevisíveis”. A DGPC também tem dúvidas sobre o impacto da construção no aqueduto - foi por isso que chumbou os dois pedidos de alteração para acrescentar o quarto piso, submetidos pelo promotor a 3 de Agosto de 2012 e a 14 de Janeiro de 2014. Na sequência do chumbo, a empresa encomendou um estudo hidrogeológico do local, sobre o qual a DGPC ainda não se pronunciou. “Está, assim, em vigor a aprovação condicionada de 23/11/2006 pelo ex-IPPAR”, esclarece este organismo ao PÚBLICO.
A plataforma destaca também os impactos do empreendimento no jardim, onde existem sete árvores classificadas. Em Maio, o responsável da Empark em Portugal, Paulo Nabais, disse ao PÚBLICO que “a obra não tem interferência com o jardim”, mas não convenceu os opositores. "O parque não vai ficar só sob o alcatrão, vai ficar sob os passeios e a orla do jardim", diz Jorge Pinto.
“Em qualquer cidade da Europa, este jardim seria considerado um monumento”, considera Margarida Cancela d’Abreu, presidente da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas, avisando que a construção de uma “cofragem de betão” em torno daquela área verde vai alterar o sistema de drenagem e levar à morte das árvores - muitas já fragilizadas com obras de requalificação do jardim realizadas pela câmara em 2009.
A plataforma considera também que o parque não vai resolver o congestionamento de tráfego e a falta de estacionamento naquela zona central da cidade, defendendo em alternativa a reposição do eléctrico 24, que ligava o Largo do Carmo a Campolide. Existe já uma petição online contra o projecto, que tem quase três mil assinaturas.
“A DGPC tem todos os instrumentos legais para dizer não a este parque, e se não o fizer vai ceder ao interesse privado em detrimento do interesse público”, afirmou Jorge Pinto, do Grupo dos Amigos do Príncipe Real, numa conferência de imprensa realizada à sombra dos enormes “braços” do cedro-do-Buçaco, um dos ex-libris do centenário jardim.
Em causa está a construção de um parque subterrâneo com formato em “U” a contornar a estrutura do jardim, com 300 lugares distribuídos por quatro pisos – mais um do que o previsto na versão inicial do projecto apresentado em 2001, ainda durante a presidência de João Soares na Câmara de Lisboa. Na altura, o projecto foi chumbado pelo ex-Instituto Português do Património Arquitectónico (actual DGPC) e esbarrou no protesto de moradores e ambientalistas. Mais tarde, em 2006, o instituto acabou por emitir um parecer favorável condicionado, mas a obra nunca avançou.
O presidente da câmara, António Costa, disse em Junho que é "negativo" construir ali um parque subterrâneo mas acrescentou que ele poderá ser “uma mais-valia” caso resolva o problema do estacionamento de residentes e não ponha em risco o jardim. Esta resposta “vaga” não satisfez os membros da plataforma – a qual reúne, além dos Amigos do Príncipe Real, o Fórum Cidadania Lx, a Liga dos Amigos do Jardim Botânico, a Associação Lisboa Verde e a Associação Árvores de Portugal – que prometem não baixar os braços.
Ambientalistas, urbanistas e arquitectos antecipam "impactos desastrosos" na estrutura dos edifícios da zona. Receiam, sobretudo, que a obra ponha em causa o Reservatório da Patriarcal, um núcleo do Aqueduto das Águas Livres (classificado como Monumento Nacional) que existe no subsolo do jardim. “Há muitos anos desejamos que seja apresentada a candidatura do Aqueduto a Património da Humanidade da UNESCO, se o parque avançar será mais um obstáculo”, afirmou Margarida Ruas, ex-directora do Museu da Água.
A discreta porta de entrada no Reservatório fica no centro do jardim e dá acesso a uma cisterna octogonal subterrânea, com capacidade para 880 metros cúbicos, sustentada por dezenas de pilares em pedra com cerca de dez metros de altura, com arcos de cantaria no topo. Dali partem as galerias que, no século XIX, levavam água até aos chafarizes da Baixa e do Bairro Alto. O Reservatório foi desactivado na década de 1940 e actualmente pode ser visitado em alguns dias da semana.
Os cidadãos consideram que a construção do parque “a um metro" das galerias terá “efeitos irreversíveis e imprevisíveis”. A DGPC também tem dúvidas sobre o impacto da construção no aqueduto - foi por isso que chumbou os dois pedidos de alteração para acrescentar o quarto piso, submetidos pelo promotor a 3 de Agosto de 2012 e a 14 de Janeiro de 2014. Na sequência do chumbo, a empresa encomendou um estudo hidrogeológico do local, sobre o qual a DGPC ainda não se pronunciou. “Está, assim, em vigor a aprovação condicionada de 23/11/2006 pelo ex-IPPAR”, esclarece este organismo ao PÚBLICO.
A plataforma destaca também os impactos do empreendimento no jardim, onde existem sete árvores classificadas. Em Maio, o responsável da Empark em Portugal, Paulo Nabais, disse ao PÚBLICO que “a obra não tem interferência com o jardim”, mas não convenceu os opositores. "O parque não vai ficar só sob o alcatrão, vai ficar sob os passeios e a orla do jardim", diz Jorge Pinto.
“Em qualquer cidade da Europa, este jardim seria considerado um monumento”, considera Margarida Cancela d’Abreu, presidente da Associação Portuguesa de Arquitectos Paisagistas, avisando que a construção de uma “cofragem de betão” em torno daquela área verde vai alterar o sistema de drenagem e levar à morte das árvores - muitas já fragilizadas com obras de requalificação do jardim realizadas pela câmara em 2009.
A plataforma considera também que o parque não vai resolver o congestionamento de tráfego e a falta de estacionamento naquela zona central da cidade, defendendo em alternativa a reposição do eléctrico 24, que ligava o Largo do Carmo a Campolide. Existe já uma petição online contra o projecto, que tem quase três mil assinaturas.
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Imprensa
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Algo de estranho se passa com esta terra.
Já aqui se tinha dado nota da eminente morte dos dois Liquidambares plantados junto à entrada para o reservatório da Patriarcal. E claro, acabaram por ser retirados, pois estavam mortos:
Nada de estranho, nada de anormal não fosse o caso que estes, que agora foram retirados, representam a 3ª tentativa de plantar aqui, neste terreno, neste sítio concreto, os Liquidambares.
Nada de estranho, nada de anormal não fosse o caso que estes, que agora foram retirados, representam a 3ª tentativa de plantar aqui, neste terreno, neste sítio concreto, os Liquidambares.
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Liquidambares
O Rol das Vítimas não pára de Aumentar.
Sucedem-se no jardim as árvores doentes. Nunca tal se tinha verificado. Só há uma explicação possível para esta sequência infindável de árvores que vão adoecendo e morrendo: são as vítimas diferidas da desastrosa e desastrada intervenção de 2009/10.
Agora é este Ulmeiro que dá sinais evidentes de morte prematura:
Agora é este Ulmeiro que dá sinais evidentes de morte prematura:
O piso 'correu mal', já o admite o responsável pelo desastre. Infelizmente não foi só o piso, como se vê. Tudo ou quase tudo correu mal. E ninguém é chamado à pedra!
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Ulmeiro. Árvores mortas.
domingo, 13 de julho de 2014
O Parque Automóvel Subterrâneo. Vamos Permitir Isto?
Estas duas plantas do projecto do parque automóvel que a Empark pretende construir na nossa bela praça/jardim do Príncipe Real são sintomáticas dos estragos irreversíveis que esse parque, se permitirmos a sua construção, irá causar às dezenas de Árvores directamente afectadas, algumas delas classificadas, outras recém plantadas, ao Reservatório da Patriarcal, Monumento nacional, e seus aquededutos subterrâneos, aos edifícios, à estética da praça, com as entradas para os elevadores à superfície e os pórticos da entrada e saída dos tunéis, ao aumento de tráfego, aos engarrrafamentos e poluição em toda a zona.
Vistas das zonas, árvores e edifícios que serão directamente afectados:
Vistas das zonas, árvores e edifícios que serão directamente afectados:
Uma das entradas/saídas será feita por aqui.
Estes terrenos são de aterro. Suportarão a gigantesca estrutura do parque?
Estes edifícios vão ser seriamente afectados...
...e estes também.
O Platáno, ai o Platáno! De nada lhe vai valer ser uma Árvore Classificada.
Estas também serão todas sacrificadas...
...e estas também...
...esta Robínea e as outras seis que foram salvas in extremis aquando da 'requalificação' desta vez não escaparão...
...e mais estas. Ao todo serão umas largas dezenas de árvores abatidas.
Vamos permitir isto? Só depende de nós dizer NÃO a este absurdo parque. A Empark que vá tentar ganhar dinheiro para outro lado. Senhor Presidente da CML, Dr. António Costa: não diga 'para já não'; diga antes 'PARA NUNCA MAIS'; sr. Presidente: 'deite ABAIXO este Parque'
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Parque subterrâneo
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Alto do Penalva.
O problema do estacionamento no Alto do Penalva tarda a ser resolvido. As fotos, recentes, que Ernst Schade nos fez chegar mostram a que ponto o estacionamento selvagem no Alto do Penalva tornou difícil a vida para os residentes nesse simpático beco:
Quem? Quando, se resolverá esta vergonhosa situação e se voltam a plantar as árvores que embelezavam o sítio e impediam o estacionamemto selvagem? Já é tarde!
até mesmo o Arco do Evaristo não escapa à praga
E claro, o abate há anos das árvores que existiam ao cimo das escadas, árvores que nunca mais foram substituídas, só veio piorar ainda mais a situação:Quem? Quando, se resolverá esta vergonhosa situação e se voltam a plantar as árvores que embelezavam o sítio e impediam o estacionamemto selvagem? Já é tarde!
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Alto do Penalva
terça-feira, 1 de julho de 2014
Carta Aberta
A seguir transcrevemos a Carta Aberta enviada ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa:
Exm. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Caro Dr. António Costa,
Fazendo fé no que a
comunicação social informou, a viabilidade da construção de um parque de
estacionamento automóvel na Praça/Jardim do Príncipe Real, mereceu da parte de
V. Exa. a afirmação de que ‘não é
para já’. Esta terá sido a
expressão usada para sintetizar a sua posição, no debate sobre o assunto
ocorrido na Assembleia Municipal do passado dia 17 de Junho.
Senhor Presidente, um
‘não é para já’ não basta. A nós, cidadãos e residentes, e às organizações
cívicas que representamos, um ‘não é para já’ não nos sossega, antes pelo
contrário, deixa-nos muito inquietos. Por isso apelamos ao seu proverbial bom
senso e ao seu intransigente sentido de defesa dos interesses dos cidadãos para
não ceder a injustificados interesses de terceiros, para, agindo com base
nos poderes que os cidadãos desta cidade recentemente lhe conferiram,
transformar esse ‘para já, não’ num ‘para nunca mais’. Para nunca mais se
voltar a falar numa tal monstruosidade.
Senhor Presidente, como
antigo residente na zona, e profundo conhecedor dos problemas que a afectam,
tem com certeza noção de que os problemas que a construção de tal parque se propõe obviar
não só não serão resolvidos, mas, antes pelo contrário, agravados.
O brutal acréscimo de
tráfego viário, que as condicionantes ao trânsito na Avenida da Liberdade - facto agravado pela recente explosão do
comércio e ‘gentrificação’ da zona - provocaram no eixo
Chiado-Rato só poderá agravar-se ainda mais com a oferta das centenas de
lugares de estacionamento previstos para o parque. É sabido que a oferta
incrementa a procura pelo que o aumento do tráfego na zona e especificamente no
referido eixo não é uma mera hipótese mas sim uma certeza. Ora, como certamente
os serviços da Autarquia a que V. Exa preside, terão já recolhido dados e feito
estudos, o trânsito nesse eixo atingiu o ponto de saturação não só nas chamadas
horas de ponta como em muitos outros períodos do dia, pelo que qualquer
incremento nesse trânsito vai tornar a vida insuportável quer para residentes
quer para quem é obrigado a utilizar essa via de comunicação. Acresce que a
poluição atmosférica que se faz cada vez mais sentir, irá, como é óbvio,
aumentar ainda mais, ultrapassando os limites toleráveis para a saúde humana,
para não falar da de outras espécies vivas. Acresce que a entrada e saída de
veículos do parque será mais um obstáculo à fluidez do tráfego.
Os aspectos negativos da
construção de tal parque na Praça/Jardim do Príncipe Real, não se ficam,
contudo, pelo acréscimo do trânsito e consequentes malefícios já referidos.
A esse aspecto há que
acrescentar ainda outros, não menos graves, entre os quais sobressai a
impossível convivência com o Reservatório da Patriarcal e o conjunto de galerias
subterrâneas que dela emanam.
A “Patriarcal”, como V. Exa. sabe, faz parte do
Aqueduto das Águas Livres, Monumento Nacional. A construção de um parque com
vários pisos subterrâneos paredes meias com essa construção do século XVIII, além da forte probabilidade
de lhe causar danos, directa ou indirectamente, através da alteração do regime
de infiltração das águas pluviais, irá inviabilizar a futura
candidatura
a Património da Humanidade desse Monumento Nacional.
Além da “Patriarcal”
também o Jardim, tão maltratado na ‘requalificação’ de 2009, será seriamente
prejudicado pela construção do parque subterrâneo. Duvidamos mesmo que consiga
sobreviver se essa construção for avante. Nesse Jardim, autêntico oásis para
caminhantes e turistas, existem 7 árvores classificadas, sendo uma delas ex-libris de Lisboa.
A construção do parque
além de roubar área ao Jardim - muitos dos recém-plantados lódãos da
envolvente, terão de ser abatidos - irá afectar o sistema radicular de todas as
árvores aí existentes, incluindo as 7 classificadas, o que será a sua sentença
de morte.
Não exageramos nem
falamos de cor. O uso de maquinaria pesada e abertura de profundos roços para
instalação do novo sistema de iluminação no Jardim, durante os trabalhos de
2009/10, por nós atempadamente e publicamente denunciados, mostraram-se e
continuam infelizmente a mostrar-se, altamente prejudiciais para a saúde das
árvores, como a ‘taxa de mortalidade’ entretanto verificada entre as espécies
do Jardim o comprova.
Ora, se uma intervenção
superficial, que pretendia requalificar o Jardim, causou os estragos que são do
conhecimento geral e até, recentemente, reconhecidos publicamente pela tutela,
que pensar de uma intervenção em profundidade e que envolverá forçosamente
meios e maquinaria muitíssimos mais agressivos?
Outro aspecto ainda que
há que considerar com muita apreensão é o do impacto negativo que a construção
de um parque com 4 pisos subterrâneos e pelo menos 12 metros de profundidade,
terá sobre os edifícios centenários que ladeiam a praça. É que as paredes
exteriores desse parque ficariam a escassos metros das fundações desses
edifícios, que não poderão deixar de se ressentir quer com as vibrações e
trepidações do terreno durante a fase de construção, quer com as consequências
que a mudança do regime de infiltração das águas pluviais produzirá ao longo do
tempo.
Aliás,
os estudos técnicos encomendados para suportar o projecto em apreço, são claros
quando afirmam que os impactes negativos nas estruturas dos edifícios que
bordejam a praça, e no aqueduto, não estão estimados e, pior, podem ser
irreversíveis.
O equilíbrio estético da
praça/jardim é outro dos aspectos a considerar. É óbvio que por mais cuidado
que se tenha, a construção do parque irá impor a implantação de mais painéis de
sinalização aumentando ainda mais a poluição visual da praça/jardim. Mas mais
grave ainda para a preservação da estética da praça será a construção dos
pórticos de entrada e saída do parque.
Senhor Presidente, como o
senhor saberá, melhor do que ninguém, o problema da fluidez do tráfego
na zona e da escassez de lugares de estacionamento não se resolverá com mais
oferta de lugares, pois, como já acima afirmamos, a mais oferta sucede mais
procura. Esse problema resolve-se, pelo contrário tomando medidas de desincentivo
ao trânsito de veículos particulares e aumentando e melhorando, simultaneamente, a
oferta do transporte público.
Senhor Presidente, permita-nos
que parafraseemos a célebre frase de Ronald Reagan:
‘Deite abaixo este parque’.
Pela Plataforma Contra a
Construção do Parque,
Amigos do Príncipe Real
Liga dos Amigos do Jardim
Botânico
Fórum Cidadania Lisboa
Associação Lisboa
Verde
Cidadãos subscritores das
Petições Contra a Construção do Parque
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Carta Aberta,
Parque subterrâneo
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