O "Corvo" publicou uma notícia sobre o assunto que merece ser aqui reproduzida:
Pavimento do jardim do Príncipe Real deverá finalmente ser substituído
O pavimento defeituoso do jardim do Príncipe Real deverá começar a ser substituído, em breve, por decisão da Câmara Municipal de Lisboa, que tentará assim solucionar um problema iniciado com as obras de requalificação, ocorridas em 2010. Desde essa altura, em que a autarquia investiu mais de 450 mil euros na reabilitação de um dos mais icónicos espaços verdes da capital, a má qualidade do pavimento ali colocado tem sido alvo de muita e reiterada contestação por parte de moradores e frequentadores da zona. Uma situação que levou mesmo José Sá Fernandes, vereador da Estrutura Verde, a reconhecer erros cometidos pela câmara.
A requalificação a realizar agora pela empresa Arquijardim deverá custar à câmara 79 mil euros e tentará resolver de vez as queixas dos moradores e frequentadores daquele espaço. O imenso pó que se levanta no verão e a lama que se acumula durante os períodos chuvosos serão o resultado da opção tomada, há cinco anos, quando a reabilitação do jardim levou à substituição do piso de alcatrão existente até então por um material designado Aripaq: saibro estabilizado feito à base de pó de vidro reciclado. Dois anos mais tarde, e ante a evidência dos problemas causados pela adopção desse material, a autarquia terá tentado minorá-los através da rega do piso com uma solução química agregadora da camada superficial. A ideia era reduzir o pó.
Mas esse remendo revelou-se um fracasso, pois não só a poeira continuou a ser uma presença permanente no ar e, por isso, também em cima dos bancos de jardim, como o próprio piso começou a degradar-se de forma acentuada. Em diversos locais, o chão terá mesmo começado a apresentar rachas e a abater. Em Fevereiro de 2014, e perante a evidência, José Sá Fernandes reconhecia que as intervenções “correram mal”. “Foi tentada a rectificação, mas agora tem piorado e ainda não consegui resolver o assunto”, disse na altura o vereador, segundo recordava o jornal PÚBLICO, em Maio do ano passado, quando Sá Fernandes anunciava as obras rectificadoras para Outubro de 2014.
A intervenção, garantia na altura o autarca, seria “relativamente rápida”. Ao mesmo jornal, nesse momento, o assessor de comunicação de José Sá Fernandes dava conta que o pavimento iria ser substituído por “betuminoso colorido, um agregado com 2,5 centímetros de grossura, permeável”. Certo é que passou mais de um ano e apenas agora as obras se irão realizar no jardim que, desde Março do ano passado, está sob a responsabilidade da Junta de Freguesia da Misericórdia, na sequência da descentralização de competências da Câmara de Lisboa para as juntas.
O Corvo questionou, por escrito, há cerca de duas semanas, o gabinete do vereador José Sá Fernandes sobre qual a data do início dos trabalhos de reabilitação do jardim e sobre qual o material que iria ser colocado no novo pavimento ou a solução técnica a adoptar, mas não obteve resposta*.
Texto de Samuel Alemão
* negrito nosso
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