terça-feira, 21 de novembro de 2017

O Cedro-do-Buçaco do Jardim do Príncipe Real precisa da ajuda (da caca) dos nossos cães

O imponente cedro-do-Buçaco continua a ser alvo de danos diários por pessoas que não respeitam a gradeamento que o guarda.
Caros amigos,

Escrevo-vos isto em desespero de causa. Desde a intervenção no jardim que o estado de saúde do cedro-do-Buçaco Cupressus lusitanica classificado tem vindo a piorar.

O cedro-do-Buçaco tem perdido volume de copa nos últimos anos.
Depois do impacto negativo das obras, a luta ultimamente tem passado por tentar que esta magnífica árvore, a primeira árvore classificada de interesse público em Portugal, não continue a sofrer danos repetidos causados por crianças, jovens e adultos-bebés que trepam os seus troncos, tiram selfies ou se instalam a beber cerveja no seu centro e lhe deitam fogo. Muitos deles turistas, com os papás ao lado.

Já se fizeram apelos e colocaram placas a informar da proibição de subir à árvore. Mas as placas continuam a desaparecer e a ser ignoradas. Eu e várias outras pessoas já pedimos em diversas situações a turistas (cada vez mais são turistas) que descessem da árvore e fomos, literalmente, mandados à 'caca'.

As placas com os avisos de proibição de subir à árvore continuam a desaparecer.

Pois é mesmo essa a resposta para este problema que em desespero de causa eu sugiro: as cacas dos nossos cães. Passo a explicar.

O cedro-do-Buçaco é rodeado por um gradeamento protector que indica a qualquer pessoa que queira perceber que não se deve passar para o interior do mesmo. Infelizmente, esta indicação implícita não só é constantemente ignorada como muitas pessoas dizem que a mesma não é um impedimento para que se trepe à árvore. Já chega de ver o cedro morrer aos bocados e nada fazer para impedir estes vândalos de o danificarem.

A minha sugestão é esta: encha-se a plataforma central do topo da árvore, onde termina o seu magífico tronco e começam os ramos laterais e onde os trepadores gostam de se sentar, de dejectos de cão. Quem lá trepar que ponha a mão numa boa caca de São Bernardo e o joelho num cocozinho de chihuahua. Encha-se o interior do gradeamento da dor de barriga de um collie ou da prisão de ventre de um perdigueiro. Torne-se a zona de acesso interdito em redor do cedro em central de tratamento dos dejectos dos cães, como aviso às pessoas egoistas para lá não entrarem. Mas só os dejectos! Nada do papel usado para pegar nele, nem de sacos plásticos. Apenas matéria orgânica que se degradará e adubará a árvore.

Coloque-se as caquinhas dos nossos bobbies no topo do tronco e dentro do gradeamento, para salvar o cedro-do-Buçaco.

Pode ser que desta forma as pessoas percebam e consigamos salvar o cedro, ao mesmo tempo que passa a haver um espaço designado para latrina dos canitos.

Sei que não é uma solução agradável, nem recomendável. E é provavelmente ilegal. Esta sugestão é minha e de mais ninguém do Grupo dos Amigos do Príncipe Real sequer sonha que aqui vou publicá-la. Mas a caca de cão pouco cheira e só incomoda quem a pisa. Como ali não é para pisar, quem lá entrar terá o que merece e quem trepar para o meio da árvore que saia de lá borrado. São medidas de desespero mas pode ser que resultem e permitam salvar esta magnífica árvore. Que os guias turísticos todos indiquem que aquela árvore guarda surpresas desaconselháveis.

O cedro-do-Buçaco do Jardim do Príncipe Real, a primeira árvore classificada de interesse público de Portugal, precisa da ajuda (da caca) dos nossos cães. Por favor, ajudem os nossos canitos a ajudar.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ah Ah Ah. Boa ideia Rui Pedro. Estou farto de chamar a atenção da JF para a necessidade de tomarem medidas adequadas à protecção do "Cedro". Pode ser que agora percebam que tem de encarar a coisa a sério.

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    1. Obrigado, Jorge. Acho que se houver colaboração de cães e donos a coisa pode resultar. Abraço!

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