sábado, 1 de fevereiro de 2014

Democracia participativa q.b.

A CML anunciou no seu sítio electrónico uma reunião descentralizada a ter lugar no Centro Cultural Doutor Magalhães Lima, Rua do Salvador nº2:


 tendo como ponto único na Ordem de Trabalhos a “Audição dos “Munícipes”. Destinando-se a reunião preferencialmente aos munícipes das Freguesias de Santo António, Misericórdia e Santa Maria Maior, estando abertas as inscrições a partir do dia 24 do passado mês de Janeiro e limitadas a 20 inscrições, sendo necessário pré-anunciar os assuntos sobre os quais se quer falar.
Inscrevi-me telefonicamente no dia 25 informando que iria abordar assuntos relacionados com o estacionamento e com o Jardim França Borges ao Príncipe Real.
Nada me foi dito sobre se o nº clausus das inscrições já teria sido atingido ou não. Nos dias seguintes recebi duas chamadas da CML inquirindo concretamente, a primeira, sobre que questões iria colocar relativas ao estacionamento. Concretamente, i.e., exactamente que queixas é que iria apresentar relativas ao estacionamento na zona. A segunda chamada, há três dias atrás, a mesma coisa mas agora sobre o Jardim: que queixas, concretamente, iria apresentar sobre o estado do jardim.
Estranhei que a CML obrigasse um cidadão que se quer participativo a enunciar, caso a caso, as queixas a apresentar, mas logo percebi que se tratava de um jogo viciado que iria permitir aos responsáveis dos serviços fazerem boa figura preparando-se a tempo sobre as respostas a darem.
Mas tudo bem, vamos a jogo, mesmo sabendo-o viciado à partida.
Vamos a jogo? Não, não vais. Ontem à tarde mais uma chamada da CML: lamentamos imenso mas temos de informar que não poderá intervir na reunião do próximo dia 5. Já excedemos as 20 inscrições e temos de dar prioridade a quem se inscreveu primeiro e, além disso, já há outras pessoas a falar nos assuntos que iria abordar. Mas não se preocupe: pode assistir à mesma à reunião.

Questão mais do que pertinente: a CML só ontem, dia 31 de Janeiro, é que se deu ao trabalho de verificar quantos cidadãos já se tinham inscrito para a reunião? E durante toda a semana que decorreu de 24 a 31 andou a massacrar com inquéritos inquisitoriais quem se inscreveu sabendo, ou devendo saber, que já não poderiam usar da palavra! Ou haverá aqui um outro critério escondido com rabo de fora?

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