segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Dez anos depois.

Em 2009/2010 aquando da "requalificação" do jardim tivemos, a nosso pedido, reuniões com os diversos grupos parlamentares da Assembleia Municipal para lhes expormos as nossas preocupações com os trabalhos que estavam a decorrer no jardim.
Uma das questões que levantamos e muito nos preocupava foi o facto de estarem a remover os gradeamentos de ferro de protecção a canteiros e arvoredo, existentes no jardim.
Na reunião com o grupo parlamentar do PS os representantes desse grupo tiveram a assessoria de dois dos técnicos responsáveis pelo projecto em curso.
Quando abordamos a questão da eliminação dos gradeamentos de protecção o que nos foi dito é que a decisão de retirar os gradeamentos foi tomada consciente e deliberadamente para que o jardim pudesse ser plenamente usufruído pelas pessoas; que era um requisito necessário para a democratização do jardim!
Claro que as nossas objecções a tal propósito não tiveram qualquer acolhimento: que os jardins devem ser abertos; que as pessoas é que fazem os caminhos; que as pessoas iriam respeitar os espaços postos à sua disposição; que tudo iria correr conforme previsto, etc.,etc., foram as respostas que obtivemos à chamada de atenção para o alto grau de comportamento incivilizado de grande parte das pessoas que quem frequentasse o jardim poderia constatar.

E assim ficou o jardim sem os seus gradeamentos de protecção de canteiros e arvoredo com os  resultados que temos vindo a reportar e que qualquer pessoa pode in loco constatar.

Mas agora para nossa grande surpresa e agrado verificamos que os gradeamentos que tão imbecilmente foram retirados em 2010 voltam agora a começar a ser repostos:

O que podemos dizer: que mais vale tarde do que nunca! E que esta reposição de gradeamentos não se fique só por este caso à volta da araucaria columnaris, mas que prossiga para protecção de todos os espaços que se encontram espezinhados fazendo perigar a saúde das espécies arbóreas aí existentes, como é o caso das ficus:

Os estragos provocados por essa idiotice populista que consistiu na retirada dos gradeamento protectores são muitos e tem sido ao longo destes 10 anos por nós documentados e denunciados.
Um dos mais gritantes é o da Araucaria, uma das setes árvores classificadas, que pouco tempo após perder o seu espaço de protecção ficou com a sua copa seca:
E foi graças a um nosso alerta que o ICNF fez uma desesperada e cara intervenção que permitiu, aparentemente que a árvore recuperasse e criasse uma segunda copa, lateral.
Mas como o espaço em redor continuou a ser pisado por pessoas e bens, sem que nenhuma medida tivesse sido tomada após esse primeiro alerta, o que agora se observa é que a araucaria apresenta fortes sinais de stress:

Esperemos que não seja tarde demais para a salvar.