sábado, 8 de fevereiro de 2014

Correu mal...admite o Vereador.


Sá Fernandes admite que intervenção
no piso do Jardim do Príncipe Real
“correu mal”

 É o título do artigo da jornalista Marisa Soares, na edição online de dia 6 do 'Público' (em papel do dia 7).*
Segundo nos conta Mónica Lopes Alfredo**, que esteve presente na reunião,  Sá Fernandes disse ainda: "a primeira vez correu mal, tentámos rectificar e também não correu bem, vamos ver se à terceira ACERTAMOS". Ou seja, como muito bem refere Mónica, entramos num novo paradigma de gestão do espaço público, no paradigma da tentativa-erro-tentativa-....até que algum dia talvez acertemos!


Mas, sr. vereador Sá Fernandes,  não foi só o piso que correu mal. Toda a intervenção feita no Jardim foi desastrada e as consequências não param de se suceder como aqui neste blogue temos vindo dar nota.
Correu mal a falta de informação aos cidadãos; correu mal o processo legal sem conhecimento e autorização da então Autoridade Florestal Nacional, actual ICNF; correu mal a embrulhada com a autorização dada pelo IGESPAR já as obras se tinham iniciado; correu mal o abate de mais de 60 árvores saudáveis;
correu mal o compactamento das raízes das árvores causado pelas máquinas pesadas que foram utilizadas para retirar o piso antigo;
correu mal a escolha das plantas para os canteiros;
 correu mal a abertura de profundos roços rente às árvores para a instalação da nova iluminação;
correu mal a substituição das árvores abatidas (muitas morreram, as espécies escolhidas não estão de acordo com as características do local);
correu mal a substituição e falta de restauro do equipamento do jardim;
 correu mal o tratamento das árvores que estavam doentes (palmeiras, cedro, araucária...);
 correu mal o calcetamento das áreas verdes existentes a poente do jardim;
 correu mal a decisão de retirar as protecções metálicas dos canteiros;
 correu mal o sistema de rega ponto a ponto;
correu mal o cálculo do débito da água que obrigou a ulterior intervenção para aumento do caudal;
correu mal a colocação dos aspersores obrigando a nova intervenção para o aumento do seu número;
e correu muito mal a forma como o vereador mostrou enorme falta de respeito por quem se mostrou
preocupado pelo jardim durante todo o processo... 

Petição com mais de 300 assinaturas que não mereceu sequer uma resposta

Difícil é mesmo encontrar alguma coisa que tenha corrido bem no jardim do Príncipe Real desde que o sr. vereador Sá Fernandes resolveu nele intervir.
Infelizmente os (ir)responsáveis pelos espaços verdes não aprendem com os erros cometidos. O piso 'Aripaq' antes de ser aplicado no jardim França Borges já tinha sido aplicado em S. Pedro de Alcântara onde, após a erosão que tem sofrido, apresenta desníveis entre piso e calçada que constituem grave perigo de queda. A eliminação de áreas plantadas e arborizadas, o abate de árvores, sem a devida fundamentação, tem sido regra nas intervenções feitas por esta vereação nos jardins da cidade.
Mesmo agora, depois de tudo o que se passou de atropelos às boas regras de intervenção num jardim romântico o que vemos, o que observamos:
a expansão do betão, o aumento de área construída no que devia dela estar livre;
o descuido com que se opera junto e em cima das raízes de uma árvore classificada e ainda por cima já debilitada:

Não, decididamente não estamos a lidar com pessoas responsáveis.

Como cidadãos, como contribuintes e utentes do jardim, exigimos que se assumam responsabilidades de todo este rol de coisas que correram mal. Não basta que se admita que o 'piso correu mal' mas talvez corra mehor da próxima tentativa. Não, não basta. Já se fizeram demasiadas tentativas, já se desbarataram demasiados recursos para que se não exijam resposanbilidades aos (ir)responsáveis.



* Marisa Soares cobriu a reunião descentralizada da CML que teve lugar no dia 5 no Centro Cultural Doutor Magalhães Lima. 

** in: página do Forum Cidadania Lx, no Facebook.

 

3 comentários:

  1. Queixem-se ao Zé Saloio e aos seus capangas!

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  2. Meu Deus este artigo é ATERRADOR. Como é possivel tanta incuria num só jardim ? Será que alguèm é responsabilizado ?

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    1. Ninguem e responsabilizado - os interesses da construcao civil sao mais importantes!

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