Na sessão pública do passado dia 16 de Dezembro de 2009 realizada na Junta da Freguesia das Mercês sobre a intervenção no jardim do Príncipe Real alguém questionou o sr. Vereador José Sá Fernandes sobre o valor e destino da madeira das árvores abatidas, sem que, da parte deste, tivesse sido obtida uma resposta satisfatória e convincente.
Que o valor dessa madeira era desprezável, nem para queima serviria, mas que com certeza essa matéria estaria contemplada no Caderno de Encargos da obra, foi, em termos gerais a resposta dada pelo sr. Verador.
Ora no jardim não foram só abatidos 44 choupos e ulmeiros cuja madeira terá algum valor como lenha para queima. Foram também abatidas no interior do jardim 10 outras árvores entre as quais 6 robínias.
O artigo de Susana Neves, ver aqui, mostra bem quão apreciada e valorizada a madeira das robínias é. Pelas suas características esta é uma madeira de grande valor para a carpintaria, marcenaria e até mesmo para a construção naval.
Resolvemos então fazer um cálculo estimativo do valor destas madeiras.
Considerando que a madeira dos 44 choupos e ulmeiros e das outras 4 árvores do interior do jardim, que não as robínias, poderia ter sido vendida como lenha para queima a 20 cêntimos o quilograma, teremos - considerando uma densidade média de 0,4 para a madeira dessas espécies, uma coluna aproveitável de 9 m de altura e raio médio de 20 cm – uma massa total de mais de 21 toneladas de lenha com um valor superior a 4 300 euros.
Para as robínias – considerando uma densidade da ordem dos 0,6, igual altura da coluna aproveitável, raio médio de 30 cm e um valor de 50 cêntimos o kg – teremos uma massa superior a 9 toneladas e um valor de perto de 4 600 euros.
Ou seja: uma estimativa por baixo indica que o valor da madeira das árvores abatidas no jardim rondará os 9 000 euros.
Se a este montante adicionarmos as mais de 4 toneladas de ferros retirados dos gradeamentos e candeeiros, cujo valor rondará os 500 euros a tonelada, teremos um valor em materiais retirados do jardim superior a 11 000 euros.
Terá sido o valor destes materiais devidamente contemplado e acautelado no Caderno de Encargos? Esta é a pergunta que gostaríamos de ver cabalmente respondida.
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