quinta-feira, 18 de março de 2010

Que árvores para o interior do Jardim?


A CML tem feito saber, desde o início do abate das árvores que as árvores de alinhamento seriam substituídas por lódãos (Celtis australis) e as robínias (Robinia pseudoacacia) abatidas no interior do jardim por outras da mesma espécie.
Acontece que perante a proibição legal, em vigor desde 1999, da plantação de novas robínias, por ser uma espécie infestante, a CML ficou sem saber o que plantar no interior do Jardim.
Consta no entanto que se inclina para plantar também lódãos no interior do Jardim. A ser verdade, essa opção, merece a nossa total rejeição. Se não colocamos reparos de maior à escolha dos lódãos para o alinhamento - embora mesmo aqui fosse desejável um maior esforço de imaginação, a cidade está já cheia de lódãos e um local como o Príncipe Real merecia outro cuidado, até para se distinguir um jardim Romântico do terreiro de S. Pedro de Alcântara, Neo-Clássico e repleto de lódãos - já a sua escolha para substituir as abatidas robínias no interior do jardim nos merece as maiores reservas.
O lódão é uma árvore resistente e adequada ao meio urbano mas não tem qualquer dignidade e beleza para figurar - ainda por cima em número e posição priveligiada - no interior de um jardim romântico como o Príncipe Real.
Se a CML está num impasse, se está curta de ideias, lance rapidamente um concurso de ideias sobre qual as árvores a plantar no interior do Jardim. Vai ver que não faltarão sugestões viáveis para essa opção.

E deixamos já a pergunta e apelo: Amantes de árvores e do Jardim do Príncipe Real, Jardineiros e Historiadores, que árvores sugerem para o interior do jardim, em redor do lago?'

12 comentários:

  1. ui, isto dá pano para mangas, há tantas árvores que eu gostava de poder ver em Lisboa e ninguém se lembra de as experimentar, este jardim nesta altura, era o local ideal para tentar algumas. Mas lá vai uma rápida sugestão: Faia púrpura (Fagus sylvatica Purpurea), Azevinho, Cornus nuttallii e ainda - porque não devem faltar em nenhum jardim dito romântico- Os Liláses, Liquidambar, as Magnólias e as Prunus decorativas.
    Só mais um pequeno delirio -Fremontodendron californicum(http://cheirar.blogspot.com/2007/04/fremontodendron-californicum.html) ninguém me tira da cabeça que se dariam bem nos jardins de Lisboa.

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  2. Obrigado Rosa, pelas suas sugestões. Esperemos que os responsáveis tirem partido delas.

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  3. Poderia ser interessante tirar partido das cores:

    os Jacarandás poderiam ser uma opção bonita
    e uma magnólias rosa, muito invulgares em Lisboa, dariam igual requinte.

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  4. O sr. vereador José Sá Fernandes afirmou à Lusa que não plantariam lódãos no interior do jardim.

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  5. Mas não respondeu o que vão plantar, ou seja, está mais uma vez a negar, a negar, mas nunca a afirmar.

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  6. Os jacarandás são bonitos, mas já existem dois no centro do jardim.

    Eu gosto da ideia de Laburnum, árvore de grandes cachos de flores amarelas. Não sei se se adequariam? Também não desgosto de um caramachão em redor do lago com glicínias. Sei que são algo banais, mas adequam-se à época do jardim, penso.

    Também já ali houve salgueiro-chorão. Outra árvore não particularmente nobre, mas adequada historicamente?

    A verdade é que este trabalho de levantamento histórico da vegetação do jardim já devia ter sido feito!

    Mais sugestões?

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  7. As árvores originais eram, como se sabe, Ulmeiros. Não sei se ainda existe algum no jardim, mas segundo sei, foram abatidos nesta obra dois Ulmeiros que aparentavam estar saudáveis. É importante que os Ulmeiros não desapareçam dos jardins de lisboa, nomeadamente deste jardim.

    Ler o que se diz sobre o assunto neste blog: http://taxustaxus.blogspot.com/2009/07/o-ulmeiro-o-desaparecido-da-paisagem.html

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  8. Rosa: os dois ulmeiros abatidos, Ulmus minor, estavam no alinhamento Norte. Nos alinhamentos já estão a ser plantados os lódãos. Mas porque não plantar dois ou três ulmeiros no interior do Jardim?

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  9. Os ulmeiros foram vítima da grafiose, que dizimou os ulmeiros de toda a Europa. A grafiose continua a ser um perigo e não é muito recomendável plantar muitos ulmeiros. No jardim permanecem, penso, dois, na zona Norte, um em melhor estado que o outro.

    Note-se que os lódãos são ulmáceas e próximas dos ulmeiros e a razão da sua generalização (uma delas, pelo menos) é serem resistentes à grafiose.

    De qualquer forma, os ulmeiros seriam, penso, usados mais nos alinhamentos, não tanto no interior.

    Na Gulbenkian existem vários ulmeiros de porte considerável, identificados como Ulmus minor - negrilho. Mas não estou certo que são desta espécie, são, a meu ver, uma espécie asiática. Alguém na Gulbenkian me disse que Aurora Carapinha - já ouvimos este nome a elogiar a intervenção no Príncipe Real - considera estes ulmeiros Zelkovas, mas não o são, as zelkovas têm frutos muito diferentes (mas são também ulmáceas).

    Estes ulmeiro na Gulbenkain também começam a mostrar sintomas de doença, e dois dos grandes ulmeiros em frente à sede foram podados este Inverno para limpar os ramos doentes.

    Ao Jardim Gulbenkian estão ligados Ribeiro Telles e Aurora Carapinha, supostos admiradores das barbaridades feitas no Jardim França Borges. Mas na Gulbenkian nunca foi cometido arboricídio em tão grande escala; os choupos têm sido substituídos progressivamente, e os ulmeiros estão a ser tratados para atrasar o seu envelhecimento precoce devido a doenças.

    Nunca a intervenção que está a ser feita no Jardim França Borges seria aceite pela Fundação Gulbenkian para os seus jardins.

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  10. http://www.uafortsmith.edu/Arboretum/SortByTreeName

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  11. Vindo de um leigo que sou:
    E porque não GINKGOS?
    Ao que sei o/a Ginkgo Biloba é resistente a pestes e outros, de grande porte, ancestral, medicinal, de um amarelo ímpar no Outono, e um verde lindo na Primavera; como qualquer caduca dá-nos sol no Inverno e sombra no Verão; Pode viver 1000 anos ou mais o que era um legado interessante, especialmente depois do disparate feito.
    Para o passeio em torno do jardim também poderia ter sido igualmente interessante, mas já não se vai a tempo, assumo...(?)
    Enfim, que se pronunciem os mais entendidos pois posso estar a dizer uma monumental calinada...
    Mto Obrigado.

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  12. Sinceramente, acho que caso venham a ser plantados os celtis australis, nao ficamos muito a perder.São árvores nativas, desempenham uma boa fonte de alimento para a funa e inclusive abrigo.

    Quanto aos ulmeiros, devo avisar, que novas variedades surgiram após o problema da grafiose, e que inclusive essas mesmas variedades foram ja plantadas em lisboa.

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